quinta-feira, 22 de abril de 2010

Relançamento do livro Sweet Dreams - Vídeo promocional

Esse é um vídeo de divulgação feito com muito carinho juntamente com amigos que amo e aos quais sou muito grato pela amizade.




Entrevistados por ordem de aparição

Rodrigo Barroso
Cleo Machado
Hudson Sousa
Júnior Ratts
Henrique Abreu
Cícero Guimarães


Direção Geral
Júnior Ratts

Direção de Imagens
Henrique Leão

Imagens
Henrique Leão e Victor Furtado

Edição
Henrique Leão

Sweet Dreams - Relançamento dia 28 de abril na Saraiva Megastore Fortaleza

terça-feira, 20 de abril de 2010

Livros, âncoras e naufrágios



No próximo dia 28 acontece o relançamento do meu segundo livro e já faz alguns dias que me faço a mesma pergunta. Uma pergunta que é chata e que não é exatamente “Por que se escreve um livro?”, mas sim “Por que se vai ao lançamento desse livro?”. Nada parece ser fácil na vida de quem escreve. Desde a idéia da história, o momento de escrever até a hora de mostrar publicamente o que foi escrito: tudo parece meio atormentado. Mas o lançamento, penso e tenho quase certeza, é a fase negra de todo o processo. Tem uma coisa de naufrágio, de certeza de que o navio está por naufragar e você não pode fazer nada. Apenas sorrir e deixar a água entrar por todos os cantos. Isso ocorre por vários motivos.

Primeiro, porque não posso obrigar ninguém a ir (ninguém pode entrar aos empurrões no navio para “morrer” comigo), nem posso muito menos medir amizades a partir de ausências. As pessoas têm o direito de se fazerem ausentes, mas, inevitavelmente diante dessa ausência legislada, eu fico me sentindo como aquele morto que ninguém respeita, que trocaram pelo último capítulo de uma novela qualquer ou que empurraram do barco por pura diversão. Ou que só é lembrado como mais um dos mil corpos afogados na grande tragédia marítima que será esquecida na semana seguinte.

Segundo, porque quem vai ao lançamento, da mesma forma como poderia por direito não ir, pelo mesmo direito pode não comprar o livro. Então deixo de ser um morto abandonado no mar e passo a ser uma espécie de observador angustiado das mãos alheias. Não que eu deseje desesperadamente que as pessoas comprem o livro (não é isso, sinceramente), mas é impossível não olhar para as pessoas e logo em seguida para suas mãos e daí constatar que, se foram ao velório do afogado, esqueceram-se de levar flores para atirar ao mar.

É de fato uma morte o lançamento de um livro: sorriso cadavérico, frio no corpo inteiro, mãos que tremem sem parar e a incerteza de que o coração não agüente até o final do evento, ou mesmo antes dele. A respiração também pode parar no meio da luta contra as marés. Agora mesmo, sinto uma aflição, uma espécie de pânico que só me faz pensar que talvez o melhor seja não escrever nunca mais ou então me tornar logo um daqueles escritores estranhos, que não se importam em parecer sempre desacordados ou já meio mortos, meio aguados demais: os olhos vermelhos e sonolentos de quem vive consternado ou sempre pronto para chorar. Seja como for, lá está a água de novo: dos olhos para os pés ou dos pés para o corpo, até os cabelos.

É uma morte aguada (e não pode ser outra coisa) essa morte que antecede ao lançamento e que me obriga a andar em ponta de pé e com o nariz sempre apontado para cima que é para não afundar no meio da casa. E, ao me proteger dessas ondas de ansiedade que vêm e vão, eu me pergunto aos botes invisíveis que seguem distantes de mim, bem aqui nesse quarto: Por que ainda me obrigo a isso, por quê? E por que ainda obrigo os outros a estarem lá, de mãos vazias ou não, tentando ou não me resgatar para cima de um escombro qualquer? Eu poderia simplesmente renegar a essa coisa toda de escrita e me abraçar à âncora. Não deve ser tão difícil fazer isso ou deve ser mais fácil do que a tarefa de orgulhar-me de mim mesmo por ter apenas escrito obcecadamente sobre mim, sobre livros, âncoras e naufrágios.

Quem não me conhece, quem não conhece escritor nenhum, deve pensar que o lançamento é o momento mais feliz da vida do infeliz que decidiu se por a escrever e lançar-se (ao mar?). E talvez até fosse, se não houvesse tanta reflexão e pânico: vontade de fuga, de nadar e nadar para o Triângulo das Bermudas mais próximo, de ver o tempo correr desesperado para finalmente presenciar as pessoas, sob um direito quase divino, retornarem para suas casas, mais salvas e enxutas do que o escritor que, com seu sorriso de cadáver inchado de tanta água, permanece na livraria, boiando entre seus livros não vendidos.

Um primeiro tijolo



A principio duas informações sobre mim: uma poesia simples (que segue ao final desse texto) e a confissão de que me é completamente doloroso dar nome a poesias. Não sei, não sei. É estranho nomear algo assim tão subjetivo e pequeno, algo que nem deveria ser mostrado, publicado, então por que nomeado? Poesia quase sempre vem de dor e ninguém batiza suas dores, esquece-se delas e se ainda teima em lembrá-las, faz-se uma poesia. Por isso não deve haver nome que é pra se pensar que aquilo escrito é só algo bonito, e nada doloroso.

Se é pra dar nomear, prefiro dar títulos a contos, até porque o próprio título do conto já é uma poesia (nasce bem antes da escrita) e o conto é só um pretexto para que seu título (que é poesia) possa existir. Enfim, esse blog também nasce de um pretexto, que é o de talvez não querer morrer nunca, ou de querer ultrapassar a morte, de transformar um pensamento pequeno em um maior, em esticar-me até outros olhos e outras mentes e, dessa forma, ir vivendo (ou sobrevivendo) enquanto me creio lido (e talvez entendido).

E falando em entender-me, disseram-me outro dia que escrevo muito sobre coisas e sobre casas. Disseram-me antes e percebi depois que, de fato e de forma bem contínua, a casa e seus cúmplices (os objetos) estão quase sempre no que escrevo e todos eles assim cimentados já estavam nessa poesia escrita em algum momento, entre meus 22 e 23 anos. Tempo que não volta mais porque não precisa voltar (graças a Deus!).

Pois bem, a escrita, eu creio e escrevi sobre isso num conto, pode curar ou trazer o câncer. E eu posso amontoar cânceres imaginários em casas imaginárias, sem muitos problemas. Só para escrever e escrever. Para sempre ou até a próxima linha.

Sou uma casa quase morta
E sua quebrada porta
Bata nela com calma,
Mas bata!
E dos confins de uma sala
Cheiamente vazia
Parecerá soar uma voz jaz macia
A convidar para entrar
E encontrar um além
Muito além de qualquer mobília
Que quer ser nova (bela talvez)
E ainda secretamente sobreviver
À ruína disfarçada e absoluta
Dessa casa intencionalmente muda.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Meus livros

Eterna Morte Passageira (Contos, 2006)

Sinopse: Este primeiro livro, publicado em 2006 e vencedor IV Edital das Artes promovido pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, volta-se para os sentimentos femininos de perda, rejeição, entre outros fatores que envolvem o cotidiano do gênero.
Trecho: “Eu deveria morrer e talvez eu vá. Eu já morri tantas vezes que agora sinto que estou morrendo mesmo. Essa coisa aqui no peito estorricando não vai parar, não, eu sei. Não vai cessar enquanto ele não me ligar e explicar tudo ou eu telefonar e ele me pedir desculpas em palavras que, quando juntas, não vão querer dizer perdão” (Do conto Segunda: o dia depois do Domingo)

Serviço:
Eterna morte pasageira

Autor:
Júnior Ratts
Editora:
Cavalo Marinho
Projeto Gráfico e Capa:
Geraldo Jesuíno
Preço:
Variável de acordo com cada livraria
84 páginas
Locais de venda:

Livraria Saraiva www.livrariasaraiva.com.br

Livraria Lua Nova (
Av. Treze de Maio, 2861 – Benfica, Fortaleza)


Sweet Dreams: o anão e o cachorro, o calmante o formicida (Contos, 2008)

Sinopse: Relações sexuais casuais, cachorros e anões apaixonados, pessoas viciadas em calmantes, gente querendo desesperadamente amar e outros apenas desejando cortas os pulsos são alguns dos assuntos em destaque nos 12 contos que compõem o livro contemplado pelo I Edital de Incentivo às Artes, promovido pela Secretaria de Cultura de Fortaleza - SECULTFOR.

Trecho: “... eu me deito e espero que, nessa noite de tremedeira e cinco ou seis comprimidos, o anão que mora debaixo da minha cama não me mate. Porque eu sei que ele mora lá, sempre deitado, sempre com sua faca, sempre esperando a hora de enfiá-la na minha nuca”.

(Do conto Eu era como Franz Ferdinand)

Serviço:
Sweet Dreams: o anão e o cachorro, o calmante e o formicida
Autor: Júnior Ratts
Editora: 7 Letras
Capa: Mychel Távora
Projeto Gráfico: Ponto2Design
Preço: Variável de acordo com cada livraria
80 páginas
Locais de venda:
Livraria Saraiva (www.livrariasaraiva.com.br)
Livraria Lua Nova (Av. Treze de Maio, 2861 – Benfica, Fortaleza)
Livraria Cultura (www.livrariacultura.com.br)
Site da editora 7Letras (www.7letras.com.br)