tag:blogger.com,1999:blog-91102229027998726902024-03-06T00:04:03.243-03:00AS PAREDES FALAM DEMAISJúnior Rattshttp://www.blogger.com/profile/01110689811225185628noreply@blogger.comBlogger7125tag:blogger.com,1999:blog-9110222902799872690.post-77208226208646808732010-05-17T14:14:00.003-03:002010-05-17T14:18:37.819-03:00Os gatos<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwXC8C6Z64tJ6sv0pqNPZv-heC5GBu17RGu3URWQSf5olJw9MSNBisi_r1nY9t2RuWyaqx-hdPXTRDW834bIDNiCdZmh-d2XgTd5RLeXh5Zrme8uZzmDlUSRl6HK42pLfFZzI8iCtxJAU/s1600/gato_finalizado_250.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 360px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5472288932717544882" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwXC8C6Z64tJ6sv0pqNPZv-heC5GBu17RGu3URWQSf5olJw9MSNBisi_r1nY9t2RuWyaqx-hdPXTRDW834bIDNiCdZmh-d2XgTd5RLeXh5Zrme8uZzmDlUSRl6HK42pLfFZzI8iCtxJAU/s400/gato_finalizado_250.jpg" /></a><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Os gatos me perseguem. Sempre estão lá, chegando numa frase de camisa “Just my cat understand” me antes mesmo do dono da camisa ou se fazendo notar na carteira rosada que um amigo me mostra sem qualquer inibição. Os gatos também não são inibidos, mas eu tenho vergonha dos gatos. Nunca deixo a porta aberta para eles quando estou no banheiro e sempre tranco a porta do quarto quando é preciso que permaneça perto demais do meu corpo. Os gatos não estranham seu corpo, apenas se lambem todo sem qualquer necessidade de portas fechadas ou solidão. </span></div><span style="font-family:trebuchet ms;"><div align="justify"><br />Eu tenho um gato que não me respeita. Ele me ama, com certeza me ama, mas sabe que o melhor a fazer não é me mar, mas conquistar coisas que definitivamente não são suas; me ultrapassar, subir no sofá, na minha cama e se esticar, mostrar que pode me contornar e, ao mesmo tempo, estar atento para me capturar quando eu quiser fugir. Sim, esse gato me ama, mas aprendeu com os outros gatos que não pode, de maneira alguma, ser menos feliz do que eu. </div><div align="justify"><br />E eu aprendi também algumas coisas com o gato e seus parentes egoístas de bigodes finos e unhas sempre afiadas. Eu comecei a perceber que a natureza da felicidade é felina e que precisamos, às vezes, nos esticar e avançar à pessoa que está ao nosso lado. Descobri também com o gato assanhado que nem sempre podemos ser salvos por portas e que é insuportável estar com alguém que, por causa da minha presença, é muito mais contente e completo do que eu; logo eu que sou dono de uma gato que me xinga discretamente e que sempre está por trás de mim e no meu calcanhar, mordendo-o. </div><div align="justify"><br />Hoje, olhando fixo para o gato, encontrei maneiras de me observar como um grande olho analisando felinos – com desconfiança. E também admiração. Afinal, um gato sempre pode dar um pulo e não cair; ser derrubado e não cair, apenas chegar ao chão e sair andando. E o gato tem ainda a maturidade perfeita do partir: quando quer ir, ele somente vai (sem “adeus” em forma de miados) e volta quando sente que você está disponível para ser usado (sem um miado sequer que expresse desculpa). </div><div align="justify"><br />Gatos também nunca sorriem e o único que sorri (o de Alice no País das Maravilhas) parece um demônio, não um gato. </div><div align="justify"><br />O gato é algo que está por um momento e em relação ao qual não se pode exigir muito. Você só pode amá-lo no ali, sem pensar em coisas adiante. Nada de planos, esqueça. Não se pode chegar em casa esperando que ele, o gato, esteja te esperando. Gatos não esperam, eles vivem algo de água. Uma água sem laços que te enlaça e lambe, acaricia, cai sem cair e vive com você, sem viver; escorre por fim e vai-se para qualquer lugar. Ou fica, intacto, vivendo uma vida que ele (ou ela, se for uma gata) construiu dentro da casa que não é dele (ou dela), com coisas completamente alheias. </div><div align="justify"><br />Eu moro no terceiro andar e acho que talvez um dia meu gato começará a se cansar dessa sua vida construídas de almofadas e lençóis e então irá se atirar daqui de cima. Não por depressão ou falta de carinho, mas porque vai se sentir cheio de mim e, como a porta da sala estará fechada, não haverá solução que não seja a janela aberta. Mas não quero me preocupar com isso agora. Gatos sobrevivem a tudo, já eu posso morrer com um “não” rompendo pelo telefone como um miado rasgado despencando no infinito de três andares.</span></div>Júnior Rattshttp://www.blogger.com/profile/01110689811225185628noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9110222902799872690.post-56667116829076268832010-05-02T13:50:00.005-03:002010-05-02T14:03:58.650-03:00Aquela menina<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoAudvpj-KyTTww95PdS5UEdcdZlfmFlH3DvO-QWh5WtNbyRL7oY5j1YhfFdaCuAJoc7iwoNRWrjuEoUWt9wsc21gqfXh5K7zxAVXkzlJg6F_1vswrI_b-qaLRvBU2W3u6gZvfxPRuV_M/s1600/Imagem300410.bmp"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 256px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5466718214621512034" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoAudvpj-KyTTww95PdS5UEdcdZlfmFlH3DvO-QWh5WtNbyRL7oY5j1YhfFdaCuAJoc7iwoNRWrjuEoUWt9wsc21gqfXh5K7zxAVXkzlJg6F_1vswrI_b-qaLRvBU2W3u6gZvfxPRuV_M/s400/Imagem300410.bmp" /></a><br /><div><span style="font-family:trebuchet ms;">A minha vizinha está ali<br />E eu cá, com esses livros e essas leituras<br />A vizinha se coloca sentada<br />No parapeito da janela do terceiro andar<br />Ela se senta e, ouvindo uma música breguíssima,<br />Balança a cabeça pra lá e pra cá<br />Cantando feliz alguma coisa sobre o destino<br />De uma infeliz qualquer<br />Sentada numa calçada e esperando por alguém<br />Que talvez não chegue<br />Ela não para de cantar<br />E coloca mais uma vez e ainda outra<br />A mesma música<br />E sua voz atravessa agora a própria canção<br />E se estende (Em desespero?) até o meu quarto<br />Será que ela e a menina da música estão realmente aflitas<br />Ou tudo é apenas zombaria<br />E ambas, no final das contas, estão mais em paz do que eu<br />Que tenho aqui, na mesa, todo esse conhecimento<br />Em palavras que às vezes quero jogar pela janela?<br />A vida dela, com essa música irritante,<br />É de uma simplicidade que dói e me faz pensar<br />Ela se coloca ali sem medo<br />De pernas abertas na janela sem grades<br />De um terceiro andar que pode matar<br />Ela é quase como um pássaro<br />Segura, loucamente segura<br />E de tanto não ter medo<br />Talvez se caísse, não morresse<br />E se, de propósito se jogasse,<br />Ninguém considerasse aquilo um suicídio<br />E sim apenas um capricho<br />De alguém que decidiu parar a vida<br />Quando bem quis<br />Sem ser triste, nem muito feliz<br />Alguém que apenas deixou de viver<br />Como agora deixou de cantar.<br /></span></div>Júnior Rattshttp://www.blogger.com/profile/01110689811225185628noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-9110222902799872690.post-62835997087833326082010-04-22T22:46:00.010-03:002010-04-22T23:48:18.673-03:00Relançamento do livro Sweet Dreams - Vídeo promocional<div align="justify"><strong>Esse é um vídeo de divulgação feito com muito carinho juntamente com amigos que amo e aos quais sou muito grato pela amizade.<br /></strong><br /><br /><object width="464" height="288"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/M15DTpbAMFk&hl=pt_BR&fs=1&rel=0&color1=0x2b405b&color2=0x6b8ab6&border=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/M15DTpbAMFk&hl=pt_BR&fs=1&rel=0&color1=0x2b405b&color2=0x6b8ab6&border=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="464" height="288"></embed></object><br /><br /><strong>Entrevistados por ordem de aparição</strong><br /><br /><span style="font-size:85%;">Rodrigo Barroso<br />Cleo Machado<br />Hudson Sousa<br />Júnior Ratts<br />Henrique Abreu<br />Cícero Guimarães</span><br /><br /><strong>Direção Geral</strong><br /><span style="font-size:85%;">Júnior Ratts</span><br /><span style="font-size:85%;"><br /></span><strong>Direção de Imagens</strong><br /><span style="font-size:85%;">Henrique Leão</span><br /><strong></strong><br /><strong>Imagens</strong><br /><span style="font-size:85%;">Henrique Leão e Victor Furtado </span><br /><span style="font-size:85%;"><br /></span><strong>Edição</strong><br /><span style="font-size:85%;">Henrique Leão</span> </div>Júnior Rattshttp://www.blogger.com/profile/01110689811225185628noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9110222902799872690.post-11397548754601596632010-04-22T20:21:00.003-03:002010-04-22T20:27:32.703-03:00Sweet Dreams - Relançamento dia 28 de abril na Saraiva Megastore Fortaleza<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHMIPgH6CmPG7w5ruf6HCbwK7-l65cpy4XlcWkmIPGNa6qiLeNTxjfS9pTIO4Xzqxtu0OPL-LmHlcsVPPMNCWlfVSZ_mJTfgGTGP8zp_KCAw9QuMPDkUW5NPcNBCM4MIGngaVJTUUxOTA/s1600/ConviteSD-2.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHMIPgH6CmPG7w5ruf6HCbwK7-l65cpy4XlcWkmIPGNa6qiLeNTxjfS9pTIO4Xzqxtu0OPL-LmHlcsVPPMNCWlfVSZ_mJTfgGTGP8zp_KCAw9QuMPDkUW5NPcNBCM4MIGngaVJTUUxOTA/s400/ConviteSD-2.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5463106186724427282" /></a>Júnior Rattshttp://www.blogger.com/profile/01110689811225185628noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9110222902799872690.post-63751708981861421842010-04-20T16:26:00.002-03:002010-05-17T14:19:28.913-03:00Livros, âncoras e naufrágios<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEcXL2xQh7aaqNLHTbP0VaEStb9z1q6DUo3lNGBF2VmLXQzty6cXaT4fRjfyt7d5BH87lylv3_Ktx_4TGUF7eKoDAxeq6l0vmnoTc7ektIg3QjOW6bsjVvJtnAePTTFhjFE6GXGgbLliw/s1600/Imagem160410.jpg"><img style="WIDTH: 400px; HEIGHT: 267px; CURSOR: pointer" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5462303778164635922" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEcXL2xQh7aaqNLHTbP0VaEStb9z1q6DUo3lNGBF2VmLXQzty6cXaT4fRjfyt7d5BH87lylv3_Ktx_4TGUF7eKoDAxeq6l0vmnoTc7ektIg3QjOW6bsjVvJtnAePTTFhjFE6GXGgbLliw/s400/Imagem160410.jpg" /></a><br /><br /><div style="TEXT-ALIGN: justify">No próximo dia 28 acontece o relançamento do meu segundo livro e já faz alguns dias que me faço a mesma pergunta. Uma pergunta que é chata e que não é exatamente “Por que se escreve um livro?”, mas sim “Por que se vai ao lançamento desse livro?”. Nada parece ser fácil na vida de quem escreve. Desde a idéia da história, o momento de escrever até a hora de mostrar publicamente o que foi escrito: tudo parece meio atormentado. Mas o lançamento, penso e tenho quase certeza, é a fase negra de todo o processo. Tem uma coisa de naufrágio, de certeza de que o navio está por naufragar e você não pode fazer nada. Apenas sorrir e deixar a água entrar por todos os cantos. Isso ocorre por vários motivos. </div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><br />Primeiro, porque não posso obrigar ninguém a ir (ninguém pode entrar aos empurrões no navio para “morrer” comigo), nem posso muito menos medir amizades a partir de ausências. As pessoas têm o direito de se fazerem ausentes, mas, inevitavelmente diante dessa ausência legislada, eu fico me sentindo como aquele morto que ninguém respeita, que trocaram pelo último capítulo de uma novela qualquer ou que empurraram do barco por pura diversão. Ou que só é lembrado como mais um dos mil corpos afogados na grande tragédia marítima que será esquecida na semana seguinte. </div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><br />Segundo, porque quem vai ao lançamento, da mesma forma como poderia por direito não ir, pelo mesmo direito pode não comprar o livro. Então deixo de ser um morto abandonado no mar e passo a ser uma espécie de observador angustiado das mãos alheias. Não que eu deseje desesperadamente que as pessoas comprem o livro (não é isso, sinceramente), mas é impossível não olhar para as pessoas e logo em seguida para suas mãos e daí constatar que, se foram ao velório do afogado, esqueceram-se de levar flores para atirar ao mar. </div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><br />É de fato uma morte o lançamento de um livro: sorriso cadavérico, frio no corpo inteiro, mãos que tremem sem parar e a incerteza de que o coração não agüente até o final do evento, ou mesmo antes dele. A respiração também pode parar no meio da luta contra as marés. Agora mesmo, sinto uma aflição, uma espécie de pânico que só me faz pensar que talvez o melhor seja não escrever nunca mais ou então me tornar logo um daqueles escritores estranhos, que não se importam em parecer sempre desacordados ou já meio mortos, meio aguados demais: os olhos vermelhos e sonolentos de quem vive consternado ou sempre pronto para chorar. Seja como for, lá está a água de novo: dos olhos para os pés ou dos pés para o corpo, até os cabelos. </div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><br />É uma morte aguada (e não pode ser outra coisa) essa morte que antecede ao lançamento e que me obriga a andar em ponta de pé e com o nariz sempre apontado para cima que é para não afundar no meio da casa. E, ao me proteger dessas ondas de ansiedade que vêm e vão, eu me pergunto aos botes invisíveis que seguem distantes de mim, bem aqui nesse quarto: Por que ainda me obrigo a isso, por quê? E por que ainda obrigo os outros a estarem lá, de mãos vazias ou não, tentando ou não me resgatar para cima de um escombro qualquer? Eu poderia simplesmente renegar a essa coisa toda de escrita e me abraçar à âncora. Não deve ser tão difícil fazer isso ou deve ser mais fácil do que a tarefa de orgulhar-me de mim mesmo por ter apenas escrito obcecadamente sobre mim, sobre livros, âncoras e naufrágios. </div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><br />Quem não me conhece, quem não conhece escritor nenhum, deve pensar que o lançamento é o momento mais feliz da vida do infeliz que decidiu se por a escrever e lançar-se (ao mar?). E talvez até fosse, se não houvesse tanta reflexão e pânico: vontade de fuga, de nadar e nadar para o Triângulo das Bermudas mais próximo, de ver o tempo correr desesperado para finalmente presenciar as pessoas, sob um direito quase divino, retornarem para suas casas, mais salvas e enxutas do que o escritor que, com seu sorriso de cadáver inchado de tanta água, permanece na livraria, boiando entre seus livros não vendidos. </div>Júnior Rattshttp://www.blogger.com/profile/01110689811225185628noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9110222902799872690.post-61154046353019900572010-04-20T15:54:00.003-03:002010-05-18T23:47:31.594-03:00Um primeiro tijolo<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhypTHq1ROdTEv94hZlejCXGrQzBoMsEDncrwHIIAO5nDa7ehLInaUPAXi4HMmJLaVSP2N8TN3qfrjg7zCpjF_anhMWXbCzMyGvAurwYLjkBaUCq6yQSCwi6z_fuOSFZL6Ssk7d4qsACXE/s1600/jr-ilustra-blog.jpg"><img style="WIDTH: 400px; HEIGHT: 279px; CURSOR: pointer" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5462295653019420242" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhypTHq1ROdTEv94hZlejCXGrQzBoMsEDncrwHIIAO5nDa7ehLInaUPAXi4HMmJLaVSP2N8TN3qfrjg7zCpjF_anhMWXbCzMyGvAurwYLjkBaUCq6yQSCwi6z_fuOSFZL6Ssk7d4qsACXE/s400/jr-ilustra-blog.jpg" /></a><br /><br /><div style="TEXT-ALIGN: justify">A principio duas informações sobre mim: uma poesia simples (que segue ao final desse texto) e a confissão de que me é completamente doloroso dar nome a poesias. Não sei, não sei. É estranho nomear algo assim tão subjetivo e pequeno, algo que nem deveria ser mostrado, publicado, então por que nomeado? Poesia quase sempre vem de dor e ninguém batiza suas dores, esquece-se delas e se ainda teima em lembrá-las, faz-se uma poesia. Por isso não deve haver nome que é pra se pensar que aquilo escrito é só algo bonito, e nada doloroso. </div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><br />Se é pra dar nomear, prefiro dar títulos a contos, até porque o próprio título do conto já é uma poesia (nasce bem antes da escrita) e o conto é só um pretexto para que seu título (que é poesia) possa existir. Enfim, esse blog também nasce de um pretexto, que é o de talvez não querer morrer nunca, ou de querer ultrapassar a morte, de transformar um pensamento pequeno em um maior, em esticar-me até outros olhos e outras mentes e, dessa forma, ir vivendo (ou sobrevivendo) enquanto me creio lido (e talvez entendido). </div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><br />E falando em entender-me, disseram-me outro dia que escrevo muito sobre coisas e sobre casas. Disseram-me antes e percebi depois que, de fato e de forma bem contínua, a casa e seus cúmplices (os objetos) estão quase sempre no que escrevo e todos eles assim cimentados já estavam nessa poesia escrita em algum momento, entre meus 22 e 23 anos. Tempo que não volta mais porque não precisa voltar (graças a Deus!). </div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><br />Pois bem, a escrita, eu creio e escrevi sobre isso num conto, pode curar ou trazer o câncer. E eu posso amontoar cânceres imaginários em casas imaginárias, sem muitos problemas. Só para escrever e escrever. Para sempre ou até a próxima linha.<br /><span style="font-size:100%;"><br /></span><span style="LINE-HEIGHT: 150%;font-size:100%;" ></span></div><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="LINE-HEIGHT: 150%;font-size:100%;" >Sou uma casa quase morta<?xml:namespace prefix = o /><o:p></o:p><br />E sua quebrada porta<o:p></o:p><br />Bata nela com calma,<o:p></o:p><br />Mas bata!<o:p></o:p><br />E dos confins de uma sala <o:p></o:p><br />Cheiamente vazia<o:p></o:p><br />Parecerá soar uma voz jaz macia<o:p></o:p><br />A convidar para entrar<o:p></o:p><br />E encontrar um além<o:p></o:p><br />Muito além de qualquer mobília<br /><o:p></o:p>Que quer ser nova (bela talvez)<o:p></o:p><br />E ainda secretamente sobreviver <o:p></o:p><br />À ruína disfarçada e absoluta<o:p></o:p><span style="COLOR: rgb(102,51,102)"><br />Dessa casa intencionalmente muda. </span><o:p></o:p></span></div><p style="TEXT-ALIGN: justify; TEXT-INDENT: 0cm; COLOR: rgb(102,51,102)font-family:trebuchet ms;" class="MsoNormalCxSpMiddle" ><span style="LINE-HEIGHT: 150%;font-size:100%;" ><o:p></o:p></span></p>Júnior Rattshttp://www.blogger.com/profile/01110689811225185628noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9110222902799872690.post-90318075864774772032010-04-14T13:30:00.001-03:002010-04-22T15:54:05.943-03:00Meus livros<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOKN5m6CotfH8vyQw7SoyDfXuymZ_OwhLumV2iqAH7s-HHV0ER3CYvq-E4cqLNscgNZWbBvgKKkklXR8DsQtaBrdDS9Im-6JCpMXzXY_DUthWAdTC5HuBOxLYRLUWjYQV_1r1T7vOVStQ/s1600/Capa_Eterna+Morte+Passageira-1.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 128px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOKN5m6CotfH8vyQw7SoyDfXuymZ_OwhLumV2iqAH7s-HHV0ER3CYvq-E4cqLNscgNZWbBvgKKkklXR8DsQtaBrdDS9Im-6JCpMXzXY_DUthWAdTC5HuBOxLYRLUWjYQV_1r1T7vOVStQ/s200/Capa_Eterna+Morte+Passageira-1.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5462290202915167026" border="0" /></a><span style="color: rgb(102, 51, 102);font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" ><b style="font-family:trebuchet ms;"><span style="line-height: 115%;">Eterna Morte Passageira (Contos, 2006)<o:p></o:p></span></b></span><span style="line-height: 115%;font-size:100%;" ><span style="font-size:130%;">
<br /></span>
<br /></span><div style="text-align: justify;"><span style="line-height: 115%;font-size:100%;" >Sinopse: Este primeiro livro, publicado em 2006 e vencedor IV Edital das Artes promovido pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, volta-se para os sentimentos femininos de perda, rejeição, entre outros fatores que envolvem o cot</span><span style="line-height: 115%;font-size:100%;" >idiano do gênero.<o:p></o:p></span>
<br /><span style="line-height: 115%;font-size:100%;" >Trecho: “Eu deveria morrer e talvez eu vá. Eu já morri tantas vezes que agora sinto que estou morrendo mesmo. Essa coisa aqui no peito estorricando não vai parar, não, eu sei. Não vai cessar enquanto ele não me ligar e explicar tudo ou eu telefonar e ele me pedir desculpas em palavras que, quando juntas, não vão querer dizer perdão” (Do conto <i style="">Segunda: o dia depois do Domingo</i>) <o:p></o:p></span></div> <p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><span style="color: rgb(102, 51, 102);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" ><b style=""><span style="">Serviço:<o:p></o:p></span><i style=""><span style="">
<br />Eterna morte pasageira<o:p></o:p></span></i><span style="">
<br />Autor: </span></b></span><span style="color: rgb(102, 51, 102);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" >Júnior Ratts<o:p></o:p><b style=""><span style="">
<br />Editora:</span></b></span><span style="color: rgb(102, 51, 102);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > Cavalo Ma</span><span style="color: rgb(102, 51, 102);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" >rinho<o:p></o:p><b style=""><span style="">
<br />Projeto Gráfico e Capa:</span></b></span><span style="color: rgb(102, 51, 102);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > Geraldo Jesuíno <b style=""><span style=""> </span></b><o:p></o:p><b style=""><span style="">
<br />Preço:</span></b></span><span style="color: rgb(102, 51, 102);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > Variável de acordo com cada livraria<o:p></o:p><b style=""><span style="">
<br />84 páginas<o:p></o:p>
<br />Locais de venda:</span></b></span><span style=";font-family:Arial;font-size:8pt;" > <span style="color: rgb(102, 51, 102);font-size:85%;" ><o:p style="font-family: trebuchet ms;"></o:p>
<br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Livraria Saraiva </span><a style="font-family: trebuchet ms;" href="http://www.blogger.com/www.livrariasaraiva.com.br">www.livrariasaraiva.com.br</a></span></span><span style=";font-family:Arial;font-size:8pt;" ><span style="color: rgb(102, 51, 102);font-size:85%;" ><o:p style="font-family: trebuchet ms;"></o:p></span><span style="color: rgb(102, 51, 102);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" >
<br />Livraria Lua Nova (</span><span style="color:black;"><span style="color: rgb(102, 51, 102);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" >Av. Treze de Maio, 2861 – Benfica, Fortaleza)</span></span></span></p><p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><span style=";font-family:Arial;font-size:8pt;" ><span style="color:black;"><span style="color: rgb(102, 51, 102);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" >
<br /></span></span></span></p><p class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAKtQ0j3bKCm6nmXRMKScoZ3YqMOBOs49cGqLaHmuAwpDOTOMHNYkhsatdDE8H5P-iF2nxzMQkjxs1XTOqiJtScjewZxRin8_FpeY_oiUsi4lvuWgDK6oJmHWoFdkEEHCa-RwAcEQA1K4/s1600/jr-ratts-livro-capa.jpg"><img style="float: left; margin: 0pt 10px 10px 0pt; cursor: pointer; width: 134px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAKtQ0j3bKCm6nmXRMKScoZ3YqMOBOs49cGqLaHmuAwpDOTOMHNYkhsatdDE8H5P-iF2nxzMQkjxs1XTOqiJtScjewZxRin8_FpeY_oiUsi4lvuWgDK6oJmHWoFdkEEHCa-RwAcEQA1K4/s200/jr-ratts-livro-capa.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5462292479344397138" border="0" /></a></p> <p class="MsoNormal" face="trebuchet ms" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal; text-align: left;"> <meta name="Title" content=""> <meta name="Keywords" content=""> <meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"> <meta name="ProgId" content="Word.Document"> <meta name="Generator" content="Microsoft Word 2008"> <meta name="Originator" content="Microsoft Word 2008"> <!--[if gte mso 9]><xml> <o:documentproperties> <o:template>Normal.dotm</o:Template> <o:revision>0</o:Revision> <o:totaltime>0</o:TotalTime> <o:pages>1</o:Pages> <o:words>170</o:Words> <o:characters>969</o:Characters> <o:company>Ponto 2 Design</o:Company> <o:lines>8</o:Lines> <o:paragraphs>1</o:Paragraphs> <o:characterswithspaces>1190</o:CharactersWithSpaces> <o:version>12.0</o:Version> </o:DocumentProperties> <o:officedocumentsettings> <o:allowpng/> </o:OfficeDocumentSettings> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:trackmoves>false</w:TrackMoves> <w:trackformatting/> <w:punctuationkerning/> <w:drawinggridhorizontalspacing>18 pt</w:DrawingGridHorizontalSpacing> <w:drawinggridverticalspacing>18 pt</w:DrawingGridVerticalSpacing> <w:displayhorizontaldrawinggridevery>0</w:DisplayHorizontalDrawingGridEvery> <w:displayverticaldrawinggridevery>0</w:DisplayVerticalDrawingGridEvery> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:dontgrowautofit/> <w:dontautofitconstrainedtables/> <w:dontvertalignintxbx/> </w:Compatibility> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="276"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--> <style> <!-- /* Font Definitions */ @font-face {font-family:Arial; panose-1:2 11 6 4 2 2 2 2 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:auto; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:3 0 0 0 1 0;} /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:""; margin-top:0cm; margin-right:0cm; margin-bottom:10.0pt; margin-left:0cm; line-height:115%; mso-pagination:widow-orphan; font-size:11.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:EN-US;} @page Section1 {size:595.3pt 841.9pt; margin:3.0cm 2.0cm 2.0cm 3.0cm; mso-header-margin:35.45pt; mso-footer-margin:35.45pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} --> </style> <!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Table Normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-ascii-font-family:Cambria; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-theme-font:minor-fareast; mso-hansi-font-family:Cambria; mso-hansi-theme-font:minor-latin; mso-bidi-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-theme-font:minor-bidi;} </style> <![endif]--> <!--StartFragment--><span style="font-size:100%;"><span style=";font-size:85%;color:black;" ></span><o:p></o:p></span></p><div style="text-align: left;"> </div><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal; text-align: left; font-family: trebuchet ms;"><span style="font-size:100%;"><b style=""><o:p> </o:p></b></span></p><div style="text-align: left;"> </div><p style="text-align: left;font-family:trebuchet ms;" class="MsoNormal"><span style="font-size:100%;"><span style="line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></span></p><div style="text-align: justify;"> <!--EndFragment--><span style="color: rgb(102, 51, 102); font-weight: bold;">Sweet Dreams: o anão e o cachorro, o calmante o formicida (Contos, 2008)</span>
<br />
<br />Sinopse: Relações sexuais casuais, cachorros e anões apaixonados, pessoas viciadas em calmantes, gente querendo desesperadamente amar e outros apenas desejando cortas os pulsos são alguns dos assuntos em destaque nos 12 contos que compõem o livro contemplado pelo I Edital de Incentivo às Artes, promovido pela Secretaria de Cultura de Fortaleza - SECULTFOR.
<br />
<br />Trecho: “... eu me deito e espero que, nessa noite de tremedeira e cinco ou seis comprimidos, o anão que mora debaixo da minha cama não me mate. Porque eu sei que ele mora lá, sempre deitado, sempre com sua faca, sempre esperando a hora de enfiá-la na minha nuca”.
<br />
<br />(Do conto Eu era como Franz Ferdinand)
<br />
<br /><span style="color: rgb(102, 51, 102);font-size:85%;" ><span style="font-weight: bold;">Serviço:</span>
<br />Sweet Dreams: o anão e o cachorro, o calmante e o formicida
<br />Autor: Júnior Ratts
<br />Editora: 7 Letras
<br />Capa: Mychel Távora
<br />Projeto Gráfico: Ponto2Design
<br />Preço: Variável de acordo com cada livraria
<br />80 páginas
<br />Locais de venda:
<br />Livraria Saraiva (www.livrariasaraiva.com.br)
<br />Livraria Lua Nova (Av. Treze de Maio, 2861 – Benfica, Fortaleza)
<br />Livraria Cultura (www.livrariacultura.com.br)
<br />Site da editora 7Letras (www.7letras.com.br)</span>
<br /></div><span style=";font-family:Arial;font-size:8pt;" ><span style="color:black;"><o:p></o:p></span></span><p></p> <!--EndFragment-->Júnior Rattshttp://www.blogger.com/profile/01110689811225185628noreply@blogger.com0