A minha vizinha está ali
E eu cá, com esses livros e essas leituras
A vizinha se coloca sentada
No parapeito da janela do terceiro andar
Ela se senta e, ouvindo uma música breguíssima,
Balança a cabeça pra lá e pra cá
Cantando feliz alguma coisa sobre o destino
De uma infeliz qualquer
Sentada numa calçada e esperando por alguém
Que talvez não chegue
Ela não para de cantar
E coloca mais uma vez e ainda outra
A mesma música
E sua voz atravessa agora a própria canção
E se estende (Em desespero?) até o meu quarto
Será que ela e a menina da música estão realmente aflitas
Ou tudo é apenas zombaria
E ambas, no final das contas, estão mais em paz do que eu
Que tenho aqui, na mesa, todo esse conhecimento
Em palavras que às vezes quero jogar pela janela?
A vida dela, com essa música irritante,
É de uma simplicidade que dói e me faz pensar
Ela se coloca ali sem medo
De pernas abertas na janela sem grades
De um terceiro andar que pode matar
Ela é quase como um pássaro
Segura, loucamente segura
E de tanto não ter medo
Talvez se caísse, não morresse
E se, de propósito se jogasse,
Ninguém considerasse aquilo um suicídio
E sim apenas um capricho
De alguém que decidiu parar a vida
Quando bem quis
Sem ser triste, nem muito feliz
Alguém que apenas deixou de viver
Como agora deixou de cantar.
E eu cá, com esses livros e essas leituras
A vizinha se coloca sentada
No parapeito da janela do terceiro andar
Ela se senta e, ouvindo uma música breguíssima,
Balança a cabeça pra lá e pra cá
Cantando feliz alguma coisa sobre o destino
De uma infeliz qualquer
Sentada numa calçada e esperando por alguém
Que talvez não chegue
Ela não para de cantar
E coloca mais uma vez e ainda outra
A mesma música
E sua voz atravessa agora a própria canção
E se estende (Em desespero?) até o meu quarto
Será que ela e a menina da música estão realmente aflitas
Ou tudo é apenas zombaria
E ambas, no final das contas, estão mais em paz do que eu
Que tenho aqui, na mesa, todo esse conhecimento
Em palavras que às vezes quero jogar pela janela?
A vida dela, com essa música irritante,
É de uma simplicidade que dói e me faz pensar
Ela se coloca ali sem medo
De pernas abertas na janela sem grades
De um terceiro andar que pode matar
Ela é quase como um pássaro
Segura, loucamente segura
E de tanto não ter medo
Talvez se caísse, não morresse
E se, de propósito se jogasse,
Ninguém considerasse aquilo um suicídio
E sim apenas um capricho
De alguém que decidiu parar a vida
Quando bem quis
Sem ser triste, nem muito feliz
Alguém que apenas deixou de viver
Como agora deixou de cantar.
Olhamos a nossa e comparamos com a dos outros ai sim percebemos que é simples viver ou ao contrario. A musica parou de cantar, talvez a musica fosse o impulso do respiro dela, o bater do coração, a andar da vida. Quando a vida parou ela tbm sentiu a necessidade de parar. Excelente poema abraços!
ResponderExcluirEi Jr,achei seu blog.Os detalhes da sua poesia é pura sensibilidade.
ResponderExcluirSeguindo,viu?Se puder,passe no meu.
Bjs.
http://dajaneladafrente.blogspot.com
=)
Saudações!!
ResponderExcluirMe identifiquei com suas palavras, blog que intimida.^^
Se puder:
http://lavempoesia.blogspot.com